quarta-feira, 30 de janeiro de 2008

Auto Análise

Eu Roberta Liz de Queiroz Sousa tenho 21 anos e sou estudante do Curso de Educação Física da Universidade Federal de Uberlândia.
Meus pais sempre incentivaram a mim e a meus irmãos a continuarmos a estudar e a nos formar. Meu avô paterno não dava tanta importância aos “estudos”, e por isso meu pai terminara quando criança até a quarta-série e depois disso foi trabalhar na lida na fazenda de meu avô. Há dois anos voltou a estudar e conclui o ensino fundamental. Minha mãe estudou até o que equivaleria hoje à 1ª série do ensino fundamental. O incentivo a nós se deu pelo reconhecimento das dificuldades que tiveram durante suas vidas por não terem os tais “estudos” e para que tivéssemos uma vida melhor e mais sustentável do que a que tiveram.
Hoje vivo em meio acadêmico, trabalho em um Núcleo de Teses e Dissertações em Educação, Educação Física e Esportes (NUTESES). Divido a cientificidade com a fé e minha religião, o catolicismo. Equilibrar as asas Fé e Razão é uma tarefa difícil que me faz pender ora para um lado ora pra outro e não tem como explicar o equilíbrio.
Além disso, essa mesma ciência e a religião me fizeram afastar de hábitos que eu tinha até a adolescência. Superstições como: ler o signo do horóscopo diariamente e o cuidado de não ler de dias passados, usar amuletos de sorte, entre outros, que hoje não tem mais sentido nem lugar na minha rotina que se limita a praticamente universidade e casa com parcelas de namoro nos fins de semana.
Mesmo sendo estudante de Educação Física, quem dita os hábitos alimentares são meus pais que por terem problemas de Pressão fazem comida sem sal. Por isso: “fruta com sal nem pensar, porque te fará mal no futuro, minha filha” diz meu pai todas as vezes que estou comendo qualquer coisa com sal, e acontece sempre.
Não tenho costume de ir ao médico. Remédios? Só para as cólicas menstruais, embora minha mãe afirme ter um chá “tiro-e-queda” para isso.
Eu não tenho devoção a Santos Reis, mas minha avó realiza folia todo ano. Eu respeito e gosto muito. Posso comer com toda a família e com os vizinhos do bairro pobre Caxambu do Município de Lagoa Formosa no Alto Paranaíba.

Relatórios de Pesquisa de Campo

Feijoada do Terno de Congo de Sainha

No dia 11 de novembro de 2007 o Terno Congo de Sainha realizou uma feijoada na rua Bernardo Guimarães, número 100, no Centro de Uberlândia, com o objetivo de angariar recursos para colaborar com os custos do terno.

A feijoada estava marcada para as 12:00 horas. O tempo não era muito favorável e estava prevista chuva para a tarde. Cheguei ao local, a academia de capoeira do Mestre Urso, às 12:30 não havia ninguém ainda. Apresentei-me ao capitão
Zezão como aluna da disciplina Folclore Brasileiro ministrada pela Professora Renata Meira. Então ele disse, com muita presteza e receptividade, que ainda não havia ninguém, mas que eu poderia entrar e ficar à vontade.

Assim fiz. Por volta de 13:30 chegaram outras pessoas. Um casal com algumas crianças e uma outra família.

Notei quando cheguei que tocava no som um Cd de uma dupla sertaneja, depois ligaram uma TV e um DVD e passaram o DVD do Emilio e Santiago, e depois alguns CDs de Axé e Pagode. Essas músicas me surpreenderam porque quando fui até a feijoada pensei que ouviria músicas do congado.

Às 14:30 já havia mais algumas pessoas.

Serviram a Feijoada, um prato do qual não agrado muito, mas depois de muita insistência por parte das pessoas que passavam por mim e não me viam comer em especial o capitão Zezão, servi e comi.

Depois de comer, como já havia mais algumas pessoas, conversei com algumas que não eram do terno, mas estavam ali porque alguém da família pertencia. Conversei com uma garota que estava no segundo ano no terno, estavam com ela os pais irmãos e sobrinhos, mas só ela pertencia ao terno. Pedi que me falasse um pouco sobre como era fazer parte do terno de Congo de Sainha, com muito entusiasmo ela disse que ficava extremamente nervosa na semana que antecedia a Festa a ponto de não comer nada e vomitar aquilo que comia. E no dia da festa, na hora de dançar sentia o corpo todo tremer tamanha era a emoção de ver e participar com tanta gente de toda aquela festa.

Algo que me impressionou muito foi a receptividade de todos. Embora tivessem outras mesas vazias algumas pessoas sentavam comigo na minha mesa mesmo que não ficassem conversando comigo.

Às 15:30 fui embora havia umas 20 pessoas ainda, e já chovia não pude ficar mais.

Valeu a experiência para que eu pudesse conhecer um pouco mais do congado vendo e ouvindo aqueles que fazem parte dele.


Próximo à minha casa há o Terno Moçambique de Belém, quartel de Siricoco.

Rua Izaura Augusta Pereira (Antiga 12) Bairro Santa Mônica.



Entrevista com Benzedeira


A entrevista foi feita com a benzedeira Beni Luiza, 53 anos. Ela possui até a 3ª série, disse que não gostava de estudar porque a escola ficava a 2 léguas de casa. Segundo ela, a família nunca teve preconceito. Começou com oração contra mal olhado aos 8 anos de idade através de sua tia que também benzia. Disse que benze por caridade e gosta de ver os outros felizes. Usa qualquer ramo verde porque traz paz e ajuda a tirar o mal olhado. Geralmente quem a procura é mãe com crianças, além de pessoas com cobreiro e mal olhado, entre outros motivos. Ela falou que não gosta de benzer pessoa mais velha, mas não disse o porquê. Falou ainda que não benze todo mundo, como as “outras”, que não é invocado, ela só benze quem ela vê que precisa.

Quanto ao aprendizado, disse que qualquer um pode aprender basta ter fé. Porém em outra parte da entrevista, falou que já se nasce com essa missão e que nunca ensinou pra ninguém, ora em voz alta, mas se ensinar perde os poderes.

A cerca da permanência dessa prática ela disse que ainda há muitos benzedores, principalmente para o lado do Bom Jesus.

É católica. E quando questionada a cerca da relação entre a religião e essa prática ela disse que todas as bendições vêm com o Espiritismo, o qual ela não freqüenta por medo. Diz que espírito é só pra fazer maldade.

segunda-feira, 28 de janeiro de 2008

Historias da família.

O meu vô materno me contou uma historia que ele vivenciou quando ele era criança, ele foi em um velório na cidade de Serrinha na Bahia, onde ele nasceu, lá tem a tradição de “beber o defunto”, no qual os homens bebiam cachaça e as mulheres ficavam rezando e chorando pelo morto. Na hora do enterro o morto era levado em procissão em uma rede, e quando os carregadores achavam que o defunto estava pesado eles pegavam porretes e batia no defunto para amaciar e figar mas leve para ser carregado novamente até a cova, meu comentou que era a cachaça que pesava.
Minha vó paterna, e de Portugal, e lá ela trabalhava em dessecar e salgar o bacalhau. Ela conta que o trabalho era feito no chão com o bacalhaus no chão, e assim como ganhavam de acordo com a produção no podia parar de trabalhar e para fazer as necessidade urinaria, faziam ali mesmo perto dos bacalhaus.
Meu bisavô materno ele fugiu da Espanha e veio para o Brasil por causa do seus pais que queriam que ele fosse padre mas ele não queria e fugiu do seminário e se refugiou aqui no Brasil.
Não lembro outra estoria que seja relevante para esse trabalho.

Relatório do Gongado

Acordo no Domingo de manhã, para muitos é um sacrificio, mas para mim nessa dia foi muito bom, por que fui na festa de gongado na Igreja Nossa Senhora do Rosário no centro de Uberlândia, como faço todos os anos dês da primeira vez que por acaso andado pelo centro da cidade e escutei som de tambores e fui no caminho no rumo da Igreja do Rosário chegando lá e vejo uma multidão de gente, a maioria na cor negra e também alguns (muitos) policiais.
Não sabia o que estava acontecendo, eu como sou curioso fui aproximando mais, ao chegar vejo um desfile parecendo carnaval, mas não era carnaval por que não era fevereiro. Ai lembrei da festa de Gongado, e por ali figuei vento os ternos passando alguns coloridos com as bandeiras indo na frente de cada um dos ternos levada por meninas da maioria crianças, depois descobri que para carregar a bandeira as moças teriam que ser virgens, mas com a evolução do pensamento social alguns já não levam essa regra muito ao pé da letra.
E no ano de 2007 fui na festa na igreja do Rosário na festa do Gongado, mas fui como admirador como todos os anos sem com compromisso de ter que fazer um relatório para a disciplina de folclore da Universidade Federal de Uberlândia. Como todos os anos me emocionei quando os ternos Moçambique passava na igreja. O som do tambor vibrava o chão e subia para meus pés e subindo até pomar conta do corpo inteiro. Isso do lugar uma “energia” tão boa e alegre que me faz voltar todos anos.
E esse ano o que vi de diferente foi um terno de vermelho que não tinha visto nos outros anos e a dança da fitas, dançadas pelo terno do marinheirão, trançando as fitas de cetim, foi muito bem ensaiado que ele dança tranquilos e não teve problema aparente nas coreografia.
Mais uma coisa que aconteceu comigo para encerrar e que depois que conheci o Pedro no Baiadô eu figava procurando ele para cumprimentar ele, mas esse ano ele que me viu, e eu estava distraindo que até levei um susto, por que não estava esperando. Para eu “meio que virou uma ritual”, que não podia ir embora sem falar com o Pedro.

domingo, 27 de janeiro de 2008

PARTE I

Cultura oral tradicional versus Cultura popular urbana.

Catira ou cateretê é uma dança do folclore brasileiro, em que o ritmo musical é marcado por batidas dos pés e das mãos dos participante, em torno de 10 pessoas, Alguns dizem que ela veio da África junto com os negros, outros acham que é de origem espanhola, enquanto estudiosos afirmam que ela é uma mistura com origens africana, espanhola e também portuguesa – já que a viola se originou em Portugal, de onde nos foi trazida pelos jesuítas. A coreografia é executada na maioria das vezes por homens (boiadeiros e lavradores), organizados em duas fileiras opostas, antigamente executada só por homens, hoje as mulheres já participam, e até mesmo algumas igrejas já apropriaram dessa dança como meio de evangelização, como a igreja cristã sal da terra de ituiutaba que tem um grupo de catireiros para participar das festas de peões pela região.Os participantes reproduzem o bate-pé, o bate-mão e os pulos. Vão alternando a moda e as batidas de pé e mão. O tempo da cantoria é o descanso dos dançarinos, que aguardam a volta do rasqueado. Cada grupo de Catira tem sua coreografia, que pode apresentar figurados novos, sempre com palmeado e sapateado, e há o caso de um violeiro que, sem parar de tocar, também executa um sapateado. A catira, ou cateretê, a mais brasileira de todas as danças, é hoje apresentada nas festas de peões, clubes, colégios, etc. e é muito apreciada principalmente nos estados de Goiás, São Paulo e Minas Gerais onde está sempre presente nas Folias de Reis, nas Festas do Divino, etc. Os temas das “modas” estão ligados ao cotidiano - trabalho, amores, estórias, etc.
O cinema é a recnica de projetar fotogramas (quadros) de forma rápida e sucessiva para criar a impressão de movimento, bem como a arte de se produzir obras estéticas, narrativas ou não, com esta técnica. Brincar com a realidade. Ele é simultaneamente arte, técnica, indústria e mito, sendo possivel apenas graças à invenção do cinematógrafo pelos irmãod Lumière no final do século XIX. em Paris, como forma de registrar acontecimentos ou de narrar histórias, o Cinema é uma arte que geralmente se denomina a sétima arte, cinema existem duas grandes correntes: o cinema ficcional e o cinema documental.Toda atividade artistica se exprime por meios de recursos próprios, empregados na transmissão de ideias e sentimentos. Sendo acessivel a todas as classes sociais. Usado na educação, no lazer, resignificando lugares, coisas, pessoas, etc.

parte II

Minha inserção no tecido cultural contemporâneo vem em forma de diário:
Meu nome é Josimar , tenho 25 anos, nasci num lar católico, onde os pais e irmãos compartilhavam da mesma fé, muito ligado a igreja, meu pai era devoto de santa Luzia, e todo ano no dia 13 de dezembro, meu pai dava um almoço para os inocentes, crianças com menos de sete anos,ou seja, nessa data meu pai que na época era hoteleiro, fechava as portas do hotel e todos os funcionários ajudavam no almoço que foi uma promessa pela cura recebida da minha irmã mais velha por ter nascido com problemas de vista, eram muitas crianças, nesse dia me esbaldava na comilança, era muito bom, mas quase nunca tivemos imagens de santos dentro de casa, somente terços e alguns santinhos de mão, a família da mãe sempre foi evangélica, já a do meu pai todos eram católicos. Aos 5 anos de idade sofri um grave acidente de carro, fui atropelado por um fusca emfrente ao hotel da minha família, os médicos disseram que nunca mais voltaria andar, foram 9 meses com as duas pernas engessada e deitado numa cama assistindo todo santo dia ao show da Xuxa, após esse período realmente n minha perna não havia voltado ao normal, mas o medico fez uma tentativa de engessar a perna boa parar me obrigar a mexer com a outra, o que deu muito certo, após um mês, já estava restabelecido, e devido a isto, mais um voto do meu pai teve de ser pago, fomos para água santa levar o gesso das minhas pernas. O local era muito estranho, avinham esculturas de pés, cabeças, mãos, pernas, olhos, ate de manequins inteiros, cabelos de todos os tipos, carrinhos e casinhas. Já comunguei sem ter feito 1ª comunhão, quando era criança vi o povo entrando na fila e fui também, sempre curioso, acabei comungando e tomando um sermão da minha tia, após este episodio, fiz 1ª comunhão, fui coroinha da igreja onde tocava o sininho durante a missa, com a separação dos meus pais, fui morar com minha mãe e avós, então comecei a freqüentar a igreja evangélica onde me batizei aos 12 anos, mas após esta data como era vontade do meu pai que eu fizesse a eucarística, após seu falecimento, acabei fazendo sua vontade. Foi nessa mudança de realidade que vivi ainda criança apartir dos 6 anos onde meus pais se separaram que tudo mudou, pois morando com meus avós maternos, meu avô que alem de pedreiro era sanfoneiro, começou a me despertar para musica, onde aos 7 comecei no conservatório para aprender violão, mas foi onde descobri o teatro, e permaneci nele, o violão foi minha tristeza, não gosto nem de lembrar,mas aprendi flauta e piano. Aos 12 anos estreei meu primeiro espetáculo teatral “ cavalinho azul”, onde meu pai que também sempre foi um dos meus apoiadores estava sentado na primeira fileira, nesse momento da vida ele já estava próximo de sua morte. Ele chorou tanto de emoção, um ano depois veio a falecer.
Quando me batizei na igreja evangélica minha mãe e irmãos continuaram na católica.
Hoje minha mãe e irmã a apenas 10 anos tornaram-se evangélicas, juntamente com outros membros da família. Meu irmão ainda continua católico.
A pratica de pagar promessas, ainda existe mas não como a maioria cristã conhece, para imagens de santos, mas sim como um preceito bíblico: “ e tudo quando fizerdes, fazei-o de todo coração, como ao senhor e não aos homens; sabendo que recebereis do Senhor o galardão da herança, porque Cristo, o Senhor servis. Colossenses 3:23 e 24”.

parte II

Minha inserção no tecido cultural contemporâneo vem em forma de diário:
Meu nome é Josimar , tenho 25 anos, nasci num lar católico, onde os pais e irmãos compartilhavam da mesma fé, muito ligado a igreja, meu pai era devoto de santa Luzia, e todo ano no dia 13 de dezembro, meu pai dava um almoço para os inocentes, crianças com menos de sete anos,ou seja, nessa data meu pai que na época era hoteleiro, fechava as portas do hotel e todos os funcionários ajudavam no almoço que foi uma promessa pela cura recebida da minha irmã mais velha por ter nascido com problemas de vista, eram muitas crianças, nesse dia me esbaldava na comilança, era muito bom, mas quase nunca tivemos imagens de santos dentro de casa, somente terços e alguns santinhos de mão, a família da mãe sempre foi evangélica, já a do meu pai todos eram católicos. Aos 5 anos de idade sofri um grave acidente de carro, fui atropelado por um fusca emfrente ao hotel da minha família, os médicos disseram que nunca mais voltaria andar, foram 9 meses com as duas pernas engessada e deitado numa cama assistindo todo santo dia ao show da Xuxa, após esse período realmente n minha perna não havia voltado ao normal, mas o medico fez uma tentativa de engessar a perna boa parar me obrigar a mexer com a outra, o que deu muito certo, após um mês, já estava restabelecido, e devido a isto, mais um voto do meu pai teve de ser pago, fomos para água santa levar o gesso das minhas pernas. O local era muito estranho, avinham esculturas de pés, cabeças, mãos, pernas, olhos, ate de manequins inteiros, cabelos de todos os tipos, carrinhos e casinhas. Já comunguei sem ter feito 1ª comunhão, quando era criança vi o povo entrando na fila e fui também, sempre curioso, acabei comungando e tomando um sermão da minha tia, após este episodio, fiz 1ª comunhão, fui coroinha da igreja onde tocava o sininho durante a missa, com a separação dos meus pais, fui morar com minha mãe e avós, então comecei a freqüentar a igreja evangélica onde me batizei aos 12 anos, mas após esta data como era vontade do meu pai que eu fizesse a eucarística, após seu falecimento, acabei fazendo sua vontade. Foi nessa mudança de realidade que vivi ainda criança apartir dos 6 anos onde meus pais se separaram que tudo mudou, pois morando com meus avós maternos, meu avô que alem de pedreiro era sanfoneiro, começou a me despertar para musica, onde aos 7 comecei no conservatório para aprender violão, mas foi onde descobri o teatro, e permaneci nele, o violão foi minha tristeza, não gosto nem de lembrar,mas aprendi flauta e piano. Aos 12 anos estreei meu primeiro espetáculo teatral “ cavalinho azul”, onde meu pai que também sempre foi um dos meus apoiadores estava sentado na primeira fileira, nesse momento da vida ele já estava próximo de sua morte. Ele chorou tanto de emoção, um ano depois veio a falecer.
Quando me batizei na igreja evangélica minha mãe e irmãos continuaram na católica.
Hoje minha mãe e irmã a apenas 10 anos tornaram-se evangélicas, juntamente com outros membros da família. Meu irmão ainda continua católico.
A pratica de pagar promessas, ainda existe mas não como a maioria cristã conhece, para imagens de santos, mas sim como um preceito bíblico: “ e tudo quando fizerdes, fazei-o de todo coração, como ao senhor e não aos homens; sabendo que recebereis do Senhor o galardão da herança, porque Cristo, o Senhor servis. Colossenses 3:23 e 24”.

sábado, 26 de janeiro de 2008

Trabalho individual


Música Caipira
O movimento rural é uma forma de manifestação cultural baseada em usos e costumes populares e regionais, retratando a vida e o pensamento da população do campo e/ou do interior do país.
A música da terra surgiu de uma necessidade da sociedade rural de expressar através de canções, suas venturas e desventuras, alegrias e tristezas, prazeres e dores. Lógico que os temas estão vinculados à sua realidade de vida, seus modos e costumes, bem como a seus princípios éticos, religiosos e morais.
Em muitas citações do século passado, sobre o interior do Brasil, comentava-se sobre diversos tipos de festas musicais típicas, bem como sobre manifestações musicais associadas aos condutores de boiadas ou tropeiros. Essas cantigas e desafios, sempre em tom de alegria, consistiam em interpelações de um boiadeiro para outro e eram uma derivação de dois gêneros tipicamente portugueses.
A cantiga (do latim canticula – cançãozinha), remonta ao século XIII, com acompanhamento de instrumento de cordas, chamado no século XVIII de "poesia cantada", formada de redondilhas ou de versos menores que estas, dividida em estrofes iguais, com andamento melancólico e concentrado. O desafio, sempre representou em Portugal, um gênero musical baseado no canto de improviso e alternativo, com outras pessoas provocando o desafiante, até que se proclamasse o vencedor.
Cidade e campo: duas economias diversas e interdependentes. Nem o homem do campo pode prescindir das modernidades industriais, nem o homem da cidade pode prescindir da lavoura e criação
Com a vinda para as cidades de grande parte da população rural (mais de 60%), em busca de melhores condições de vida é que a música rural brasileira passou por uma reformulação geral, trocando o velho chapéu de palha pelos vistosos chapéus de feltro e pêlo, e a falta de dentes foi substituída por um rosto limpo ou de grandes bigodes ou barbas. Até óculos escuros tornaram os cantores mais sofisticados. E a mudança trouxe em seu bojo, evidentemente, uma grande quantidade de aproveitadores e viajantes, dispostos a fazer fortuna, sem compromisso algum com as raízes.
TELENOVELAS
O folhetim ou narrativas folhetinescas exploram na grande maioria, algumas tensões como o amor proibido e incidentes paralelos que contribuem para aviva-lo , criam interesses e retardam o indispensável “final feliz”.
Tudo começou na França, em 1830, com Émile de Girardin, o inventor do folhetim. Ele queria ampliar o consumo de jornais, junto às classes populares e usou de expedientes que poderiam baratear as publicações.
A evolução do folhetim/romance para romance/folhetim é vista da seguinte maneira: no início, os romances eram fragmentados e adaptados para serem adaptados para o jornal. Depois disso se inverte o processo. Escrevem-se histórias diretamente para o formato folhetim , sendo que mais tarde essas mesmas histórias foram condensadas e transformadas em obras romanescas com o formato de origem.
O radio com as radionovelas e por fim a televisão incorporou esse modelo em suas narrativas e, por mais que tente se desvincular dele por meio de novas roupagens , as evidências dessa origem mantêm-se intactas, é o que vemos na teledramaturgia.
Agora só nos resta a esperar como a internet irá incorporar os folhetins.
Parte II
Todos seres humanas que se relaciona com outros seres humanas na qual formam comunidades e sociedades, exercem influencias em outros seres, principalmente os que estão com a gente dês do inicio de nossa existência, que são os nossos pais.
Eles que nos ensinaram a falar, a andar e até a amar, para mim os meus pais e minha família no geral são os meus maiores mestres, que me ensinaram tudo pelo exemplo, assim descreverei algumas tradições familiares.
Na minha família de origem européia, o nome e a maior forma de dignidade acima de qualquer coisa, “o nome lindo” e preservação da reputação e a honra da família, mas se alguem ficar com “o nome sujo” a família inteira tenta de todas as maneiras reverter essa maneira, porem com a evolução do pensamento essa pessoa não são rejeitadas e nem excluída, e sim lembrada a todo momento o seu erro a cada passo errado.
A alimentação e o elemento maior na tradição de minha família. Todo natal tem o Peru e o cozido de bacalhau e o doce de aletria, o bolinho de bacalhau e constante na mesa da cozinha, e a roupa velha com batatas aos murros nos almoços de domingo.
A religião e a expressão mais diversa, mas sem conflito, de minha família na qual tem católicos, espíritas, evangélicos e ateus, todos se respeitando sem a disputa de religião de mais mérito.
Estas coisas estão tão inseridos no meu ser, que troco que atividade extra para uma reunião familiar, conversas, beber um vinho do porto, andar na praça e jogar uma pelada. Portanto essas expressões serão passadas para os meus filhos de uma maneira natural, e espero que de certa forma isso se mantenha para os meus netos e assim por diante.

sexta-feira, 25 de janeiro de 2008

trabalho individual escrito

(Parte I) ANÁLISE COMPARATIVA Carnaval (cultura oral tradicional) X Funk (cultura popular urbana)

Modo de transmissão
O Carnaval foi originado na antiguidade e recuperado pelo cristianismo, começando no dia de Reis e acabando na quarta-feira de cinzas, às vésperas da quaresma. O termo Carnaval surgiu do “adeus à carne” ou “carne nada vale”. Durante esse período cada cidade tinha os festejos a seu modo, de acordo com seus costumes.

O Funk carioca é um tipo de música eletrônica originado no Rio de Janeiro, derivado e levemente parecido com o Miami Bass, devido à sua batida rápida e aos vocais graves. No Rio, o funk carioca é chamado simplesmente de funk, apesar de ser um gênero diferente do funk americano.

Trajeto histórico
No fim do século XIX, vários grupos ocuparam as ruas do Rio de Janeiro, servindo de modelo para as diferentes folias e, nessa época, eram indiscriminadamente de cordões, ranchos e blocos. Em 1890 Chiquinha Gonzaga compôs a primeira música (“ô abre alas”) específica para o Carnaval.

O funk teve início na década de 70, quando surgiram as primeiras equipes de som no Rio de Janeiro, como a Soul Grand Prix e a Furacão 2000, que organizavam bailes dançantes. Os primeiros bailes eram feitos com vitrolas hi-fi e as equipes foram, aos poucos, crescendo e comprando equipamentos melhores. Com o crescimento dos bailes, por volta de 1989, começaram a surgir músicas em português.

Relação de classes
Os foliões do Carnaval costumavam freqüentar os bailes fantasiados, usando máscaras e disfarces inspirados nos bailes de máscaras parisienses. As fantasias mais tradicionais e usadas até hoje são as de Pierrot, Arlequim e Colombina, originárias dos bailes italianos.

Nos bailes de funk, ao mesmo tempo em que as músicas abordavam o cotidiano das classes baixas, alguns bailes começaram a ficar mais violentos e ser palco de "brigas de galeras", onde pessoas de dois lugares dividiam a pista em duas e quem ultrapassasse as fronteiras de um dos "lados", era agredido pela outra galera.

Aspectos de dominação e hegemonia
A festa carnavalesca brasileira começou a ser civilizada por meio da importação dos bailes parisienses, colocando o Entrudo Popular (como era conhecido) sob forte controle policial. Por volta de 1890 tentaram modificar a data do Carnaval, deslocando-o para os meses do inverno, "para evitar os malefícios do verão escaldante". Contudo, nenhuma tentativa de mudar a data do Carnaval teve sucesso no Brasil.

A violência não fez o funk parar por aí, a pressão da polícia, da imprensa e a criação de uma CPI na Assembléia Legislativa do Rio de Janeiro em 1999 e 2000 acabaram com a violência em grande parte dos bailes. Com o tempo as músicas se tornaram mais dançantes e as letras mais sensuais. Assim, do morro ao asfalto o funk conseguiu integrar as classes cariocas, que eram tão divididas no interior de uma mesma cidade.

Resignificação
O Carnaval do Rio de Janeiro é considerado um dos mais importantes desfiles do mundo e o de São Paulo, após ser transmitido pela rede Globo, também tem ganhado destaque. No Rio de Janeiro e em outras cidades, as Escolas de samba fazem desfiles organizados que são, na verdade, um concurso para a eleição da melhor escola do ano, de acordo com regras técnicas e estéticas. Surgiu daí a indústria do carnaval gerando muitos empregos nos barracões das escolas de samba na confecção dos carros alegóricos, fantasias e adereços carnavalescos.

O funk ganha cada vez mais espaço fora do Rio e ganha reconhecimento internacional, sendo eleito umas das grandes sensações do verão europeu em 2005 e ser base para um êxito da cantora MIA, Bucky Done Gun. Recentemente o Funk tem se firmado como o ritmo mais ouvido e o mais influenciador da juventude carioca. Falando sobre a realidade e atual situação do Rio de Janeiro de maneira irreverente e muitas vezes criminosa, o funk conseguiu atrai cada vez mais a massa jovem.

Criação e uso
No Carnaval, além dos desfiles das escolas de samba acontecem também os desfiles de blocos menores e dos blocos de empolgação, que são simplesmente grupo de pessoas que saem desfilando pelas ruas das cidades para se divertir, sem competição. Também há desfiles de bandas, que reúnem muitos carnavalescos acompanhando, e os bailes de carnaval, realizados em clubes, ou em áreas públicas abertas, com execução de músicas carnavalescas.

Com o nascimento de novas equipes e rádios de funk, além do interesse cada vez maior nos bailes por parte da classe média, principalmente o Baile do Castelo das Pedras, em Rio das Pedras, Zona Oeste, o funk vem se firmando como um ritmo forte e crescente, apesar do grande preconceito ainda existente. Algumas letras eróticas e de duplo sentido também revelam uma liberdade de expressão comuns a estilos musicais populares no Brasil como o Axé e o forró, além da criatividade.


(Parte II) MINHA INSERÇÃO NO TECIDO CULTURAL

Todos nós, como seres sociais, somos resultado das influências dos mais diversos tipos de culturas. Somos influenciados por nossos pais, que foram influenciados por nossos avós e assim por diante. Essa cultura é conhecida como oral tradicional, que passa de uma geração para outra.
Além da cultura oral tradicional, encontramos durante a nossa vida a cultura popular que, segundo Aretz, é a que anda pelo povo e este a assimila; a cultura massiva, também conhecida como indústria cultural, mas apesar de ser criticada é uma forma de divulgação dos outros tipos de cultura; a cultura erudita, criada por poucos e para poucos; a cultura urbana ou folclore urbano, que é uma manifestação originada na zona urbana; a cultura acadêmica, que somos inseridos no ensino superior, entre outras culturas populares.
Analisando minha inserção no tecido cultural, a partir das influências familiares, pude perceber que a tradição familiar foi o que teve maior importância na formação do que sou hoje. Algumas influências familiares foram: meu modo de falar; o respeito com o próximo, principalmente com os mais velhos em idade; o esforço pra conseguir o que quero – sempre tive exemplo dos meus pais e avós, que preciso “ralar” muito pra conseguir meus objetivos com meu próprio mérito – e estudar para ter crescimento profissional, que eles não tiveram oportunidade; o cuidado com a saúde através de remédios naturais; saber e ter prazer em cozinhar refeições, quitandas, sobremesas etc, fazer as atividades de casa e trabalhos manuais (crochê, ponto cruz, entre outros); e também nos relacionamentos, como apresentar o namorado para os pais, fazer cerimônia de noivado (que terminei há alguns meses) e de preferência casar na igreja – o que ainda é um plano deles e meu também.
Pela tradição familiar, a religião seguida seria a católica, com participação ativa nas festas do congado, festa de Reis, ir andando a Romaria etc. Mas minha avó paterna se converteu na igreja evangélica e meus pais a seguiram (minha mãe era vizinha deles e iam junto para a igreja), por isso sou de berço evangélico pentecostal e segui meus pais. Essa aceitação pela fé evangélica foi o que me colocou distante do catolicismo, apesar de ser muito ligada à minha família materna, só agora descobri, com os trabalhos da disciplina folclore brasileiro, que meu avô é capitão de um grupo de folia de Reis há mais de 20 anos. Fiquei muito surpresa com essa descoberta, porque sempre soube que ele tocava e cantava, mas nunca tive interesse no assunto, mesmo vendo ele sempre ao menos três vezes por semana e sendo muito ligada a ele.
Por meio da religião (um tipo de cultura popular) e da família, resultei em uma pessoa que sai raríssimas vezes para festas/baladas à noite, assim como outros tipos de diversões também. Somos bastante caseiros, mas uma viagem para a fazenda dos tios, de vez em quando, cai muito bem e faz muito bem pra nós e para eles também. Para completar meu lazer, às vezes, vou ao cinema com os amigos. Minhas diversões são sempre assim, nada radicais, mas seguem meu estilo de vida e eu gosto muito de tudo isso.
Encontro influências da cultura massiva nas músicas que eu ouço, nas roupas (que também seguem a cultura popular) que eu uso, apesar de ter um estilo mais individual do que seguindo a moda, assim como nos momentos de diversão, como o cinema, que é divulgado pela televisão.
Enfim, a cultura que mais tem marcado minha vida, recentemente, é a cultura acadêmica, pois está ampliando meu conhecimento da realidade e de diversos assuntos, assim como me conhecendo também, por meio dos meus antepassados e das influências culturais – conhecimento este que foi adquirido por meio desta disciplina. Além da minha auto-compreensão a cultura acadêmica vem me trazendo crescimento profissional, pessoal e me faz perder, a cada dia, as idéias pré-concebidas que costumo ter sobre o desconhecido. Então, agora, procuro conhecer e sempre descubro em tudo muitas coisas interessantes que eu não imaginava encontrar pela pré-concepção das idéias.
Não consigo inserir as imagens, nem editar os textos...

Eu -Inserida na cultura

ü Nome: Monique Francielle Alves Ferreira, nome da personagem de um livro de romance;

ü Descendência: Africana, Portuguesa e Italiana;

ü Nascimento em Uberlândia, mas sempre vivi em Araguari, visitava muito parentes em Tupaciguara, agora retorno a Uberlândia;

ü Venho: de brincadeiras de fundo de quintal, brincadeiras com primas/os, amarelinha, brincar de casinha, pique-pega;

ü Adolescência: revolta, roupas estranhas, bebidas e drogas, meia-noite pai esperando na porta da festa;

ü Família: reunião todo domingo na casa da vó, café da manhã com bolinho de chuva, almoço galinhada, pequi; janta na casa do vô (quando vivo), era viciado em jogo e ensinou os netos a jogar; semana santa bacalhau, mas sem deixar de ter outras carnes e bebidas; natal na família do pai, virada de ano família da mãe;

ü Sonho: casar virgem, sonho não realizado;

ü Classe social: “C”, às vezes “D”;

ü Vivo no meio Acadêmico (UFU), curso Teatro;

ü Política: Participo do Diretório Acadêmico do curso de teatro, já estive em passeatas contra aumento do passe coletivo, contra a reforma universitária, criando versos de luta, colocamos o DCE-MUDA pra fora da Universidade, e lutamos por um DCE novo e democrático que estivesse do lado dos alunos, DCE-atitude, desilusão total, Heloísa Helena pra presidente! ;

ü Moro sozinha em Uberlândia ao lado da Universidade, aonde vou encontro universitários, supermercados, bares, shows;

ü Comida: Restaurante Universitário, comidas instantâneas;

ü Roupas: tênis, calça, blusa...

ü Morena, cabelo sarará, 1,72, magrela;

ü Underground, emo, rockeira, funckeira, BG, patricinha, louca …Não obrigada, sou a Monique mesmo;

ü Música: Mutantes...hoje;

ü Desejos: profissão estável, casar, ter filhos...

Todas essas minhas experiências e relações contribuem para meus pensamentos, ideais, desejos, e influência a minha maneira de ser e de ver o mundo.

Cultura Urbana-Grafite

A cultura urbana nasce da urbanização que se tem com a revolução industrial, e a mudança de valores, conceitos, e surgimento de grandes metrópoles contemporâneas, criando-se a ruptura com a cultura já existente.
Podemos perceber várias maneiras de expressão da cultura urbana como shoppings, jogos eletrônicos, porém destacarei aqui o grafite-escrita feita com carvão em muros, um tipo de arte que sai do meio acadêmico e dos ateliês.




Temos conhecimento do grafite desde o Império Romano, e sua volta na contemporaneidade é usado por artistas no meio público modificando-o e manifestando sua arte, idéias, o meio em que vive, repressões, e injustiças sofridas.
Está arte esta intimamente ligada ao movimento hip-hop, e ressurge com pessoas da periferia que a usam como forma de protesto as opressões vivenciadas, impondo aqueles que vivem nos grandes centros urbanos a terem conhecimento deste outro mundo que acostumaram a não tem contato. Ele tem destaque nos EUA, onde pesquisadores supõe ter sido sua volta, em Paris, na revolução contracultural de 68, e no Brasil onde seu primeiro surgimento se deu em São Paulo.
O trabalho do grafiteiro é desenvolvido com spray, e por muitos é considerado como ato de vandalismo, pichação, sendo marginalizada por usarem patrimônios históricos não autorizados, obras de arte e monumentos que geram turismo.
Para muitas pessoas o grafite acaba não sendo valorizado como arte, e é visto como algo negativo ou apenas poluição visual, já para aqueles que trabalham com está arte o grafite é uma maneira de expressar a falta de oportunidades dos menos favorecidos e as condições precárias em que vivem.
Existe rivalidade entre grafiteiros e as disputas são feitas com grafites por toda as cidades. Chegando no Brasil o grafite ganha um estilo diferente, sendo reconhecido como um dos melhores do mundo.
Atualmente o grafite está sendo valorizado através de eventos onde se fale sobre, passando informações para aqueles que não têm conhecimento sobre está maneira de expressão, e trazendo os grafiteiros para contribuir na estética urbana.

Cultura Oral Tradicional-Dança Moçambique

A escrita se apresenta como hegemonia em nosso mundo, porém o Moçambique, inserido no meio cultural como cultura oral tradicional, tem sobrevivido a isto e, ele conseguiu resistir através de pessoas que ainda o transmitem para outras por meio das palavras, dança, movimento, sons, histórias, memória, observação, escuta.

Não se sabe exatamente sua origem, porém alguns pesquisadores supõem que está dança tem sua origem na África, já outros pressupõe que ela surgiu no Brasil em um agrupamento de escravos vindos de Moçambique. È uma dança guerreira, onde as pessoas tentam se impor, que chegou ao Brasil para ser usada na catequese indígena. Faz seu louvor a São Benedito seu ponto forte é a dança, pois a parte dramática não se dá muita importância. Ao longo do tempo sofreu várias mudanças e as pessoas chegam a confundi-la com o congado e outras danças.




A dança se apresenta mais difundida na região sudeste e centro-oeste do Brasil, é formado por mestre, contramestre, rei, general, capitão, instrumentistas, dançarinos, e as mulheres só eram permitidas como rainhas e porta-bandeiras. A música do Moçambique se aproxima a um cantar declamado, a apresentação se inicia com uma saudação religiosa. Os sons são tirados de instrumentos feitos manualmente pelos moçambiqueiros, como guisos, feitos de latinhas com pedrinhas ou chumbo, e bastões, que são feitos por três diferentes tipos de madeiras que serviram para a tortura de Cristo, o cedro, a acácia e a braúma. Usam textos religiosos, louvando o Santo. Na dança não existe uma ordem definida, o mestre é quem puxa a coreografia, se tem duas fileiras que guerreiam e jogam com os bastões e guisos gerando o som e a dança, o dançarino que encostar no bastão deve se retirar da dança.Eles criam movimentos se curvando, dobrando os joelhos, pulando, tentando ir ao fundo da terra como o mastro fincado no solo. Costumam usar roupas simples e brancas.

A dança é feita várias vezes ao dia, em frente a clubes, casas de pessoas importantes, pessoas que contribuem para a apresentação e lugares populares. A cerimônia se encerra com louvor a São Benedito.



Esta dança é de São Benedito.
São Benedito foi quem dançou
ele dançou e subiu pro céu
hoje dançamos nós pecadores.

ENTREVISTA OM FAMILIA DE CARROCEIROS

Entrevista feita junto com a colega Flavia Amorim; visitamos juntos os carroceiros entrevistados.

Vivemos num mundo repletos de diferenças, uma miscigenação impossível de catalogar, tive a oportunidade de conhecer o Sr. Levi Lopes da Silva, que nasceu em Dores do indaiá uma cidadezinha que fica próximo a Belo Horizonte, tem 67 anos, aposentado é casado tem 2 filhos, um casal.
Hoje não trabalha mais como carroceiro, estudou até a 4ª serie, e começou no oficio aos 27 anos, filho de produtor rural, nos contou que é apaixonado por essa profissão, trabalhou 40 anos , sendo que 30 desses foi num único lugar em uma casa de material de construção chamada constrular, não tinha carteira assinada, mas pagava INSS como autônomo, nesse período comprou casas, terrenos, caminhão e carro. Disse-nos também que só deixou o oficio por não ter como cuidar dos animais dentro da cidade, ressalta que a sociedade é preconceituosa em comparação ao motorista de carro. Dá um exemplo que na época que ele trabalhava quando parava com a carroça no sinal de transito e estavam entregando panfletos, não davam para ele e hoje quando ele para de carro, enche-o de panfletos, segundo ele da vontade de não aceitar. “A sociedade acha que nós não somos gente”,diz.
De família evangélica, vai aos cultos frequentemente, seu filho também foi carroceiro por influencia dele, mas hoje é pedreiro.
Ele guarda tudo num cômodo em sua casa que fica no Santa Mônica, tem vontade de trabalhar outra vez, um grande sonho voltar a mexer com gado, com criações.
Tem habilitação de carroça e de automóvel.
Nesse mesmo contexto social profissional, fomos de encontro a uma família de carroceiros no Tibery, logo de cara a casa simples nos impressiona devido a quantidade de entulho, muitas garrafas pet, papelão, ferro, latinhas, e no terreno ao lado d os cavalos, quem nos recebe ao batermos palma é um jovem por nome Francisco André, 27 anos, nascido em Uberlândia; mora com a esposa e suas 2 filhas no Santa Mônica, mas trabalha na casa da mãe junto com o irmão, são eles que sustentam a família com a catação de plásticos, latas, papelão, pet. Francisco nos relata que começou aos 5 anos acompanhando o pai, junto com seu irmão, o pai começou na década de 80, e desde criança ele e o irmão ajudavam ao pai na catação independente do tempo saiam e saem ate debaixo de chuva. Mesmo com a morte do pai, os dois continuam no oficio. Ele estudou ate a 4ª serie, já o irmão concluiu o segundo grau. Não pensa em largar a profissão, mas sonha poder dar uma condição melhor para família. Julga a sociedade ter muito preconceito, ficam com dó e as vezes ate medo, pois acham que o que fazemos não é profissão, ressalta que muita gente se faz de catador, para ficar pedindo nas ruas, ate mesmo cercam pessoas nas ruas.
Não possui carteira nacional de habilitação, somente carteira de carroceiro, fala que isso foi feito para poder saber quem são os maus carroceiros, atrvés da placa, para poder punir se cometerem alguma infração. Diz que essa associação existe só na teoria. Se diz católico, mas não vai há igreja.


Próximo a minha casa na antiga 12 no bairro Santa Mônica, fica o terno Moçambique de Belém, quartel do siricôco.

Relatório de pesquisa

(entrevista com família de carroceiros)

_____Francisco Pereira dos Santos (Chiquinho), 56, cresceu em uma fazenda nos arredores de Uberaba – MG e veio para Uberlândia com a mãe, após o falecimento de seu pai. Pelo conhecimento que tinha na área e pela necessidade começou a trabalhar como carroceiro aos 19 anos, fazendo frete para casas de materiais de construção, entulhos e outros.

_____Assim como é apresentado no texto de Sérgio Paulo Morais, Francisco diz que ser carroceiro é tradição de família e, para exercer essa atividade é necessário saber cuidar de seu animal e ter prática nisso, além de ter um espaço adequado para ele.

_____A casa de Chiquinho também é marcada por algumas características citadas no texto “trabalho e vivências de carroceiros: modos, tradição e vida” de Sérgio Paulo Morais: uma pequena horta, algumas ervas medicinais, árvores frutíferas e galinhas, que dividem o quintal com Pelé (cachorro) e Suspiro (cavalo). E, no interior da casa, bucha vegetal, sabão caseiro e medidores (pegadores de açúcar, arroz etc) feitos de cabaça.

_____Francisco é casado com Ana Luiza, 51, com quem teve 5 filhos: Amauri, 30, Ivaldo, 27, Lucas, 25, Maria Júlia, 24, e Vítor, 17. Todos a família foi sustentada pelo trabalho dele e alguns trabalhos domésticos realizados por sua esposa. Hoje, apenas Vítor segue o pai e diz que gosta do que faz, mas está estudando e quer ser um veterinário.



Terno de Congado mais próximo

Terno: Marinheiro de São Benedito – 1960
General: Moisés Carlos da Silva
Endereço: R. Nicarágua, 185 Bairro Tibery

Trabalho individual Parte 1

Pesquisando sobre a cultura oral tradicional, me deparei com os mitos e lendas, e resolvi falar sobre os indígenas que são grandes fazedores dessa cultura oral.
No imaginário do índio brasileiro, não há uma presença insólita como o cavalo alado dos gregos ou os castelos encantados do imaginário medieval, o imaginário era uma presença constante, um compartilhar cotidiano que tinha como conseqüência direta a criação de mitos e lendas que constituem o que se denomina de "realismo mágico", que nasceu em uma atmosfera e dimensão sobrenatural, sendo considerado a manifestação mais pura e autêntica do universo americano.
Hoje, para nossa felicidade, percebemos uma resistência organizada por parte de alguns povos indígenas no sentido de preservar a cultura de seus ancestrais. Todos nós, também podemos lhes prestar assistência, principalmente divulgando e prestigiando seu acervo cultural.
Os índios são eternos caçadores de emoção e sem seus mitos e lendas cheios de fantasias e sonhos a serem realizados, a vida deles seria totalmente sem graça.
O mundo através dos mitos e lendas, renasce como uma primavera. O homem é o único herdeiro destas tradições, vivências, ensinamentos e é somente através deles que vencerá seu terror existencial e histórico e, assimilando este aprendizado, se fará merecedor da exuberante e esperançosa primavera que florescerá em seu coração.
Hoje, mais do que nunca, nossas raízes nos levam a indagar sobre as nossas origens. E no caso dos índios, eles passam a conhecer melhor sua cultura através da história vivida ou de suas lendas contadas de geração em geração. Algumas lendas indígenas mostram a transformação de um ser em algo que não existia na época em que vivem, assim como a interpretação de mundo, ou surgimento de elementos fundamentais que compõem a sua natureza.

Sobre a Cultura Urbana penso da seguinte forma: tem a ver com identificação de um grupo de jovens que tenham gostos e práticas em comum, a formação desses diversos grupos são definidos por suas diversas expressões culturais, pensando por esse lado cheguei a conclusão de que o funk carioca é um tipo de cultura urbana.
Considerado uma manifestação cultural estritamente carioca, o funk é mais do que um estilo de música. Reza a história que o funk carioca surgiu quando foi descoberta a possibilidade de usar a bateria eletrônica baseada numa batida funk de Miami e deitar por cima a fala das gangues, a fala do morro. A maioria plena de suas letras falam de dançar, pular, transar, zoar. Isto é, desde seus primórdios o funk no Rio de Janeiro.
Hoje, o funk deixou de ser uma música típica da periferia carioca e está se espalhando rapidamente pelo país. O Rio de Janeiro, nestes últimos anos, tornou-se o segundo produtor de funk do mundo
Começaram a surgir de som, dentre elas se destacam: "A Coisa","O Kakareko" e as duas grandes rivais "Pipo's" e "Furacão - Tornado furioso" que ao se fundirem em meados dos anos de 1990 se tornam a Furacão 2000
, que organizavam bailes dançantes. Os primeiros bailes fechados em clubes da periferia como a : "Paratodos da Pavuna", "Pavunense", "Exentric (Caxias)", entre outros eram feitos com vitrolas hi-fi e as equipes foram, aos poucos, crescendo e comprando equipamentos melhores. Destaque-se também os eventos feitos nos bairros das periferias da capital e região metropolitana que aconteciam a céu aberto, nas ruas, onde as equipes rivais se enfrentavam disputando quem tinha a aparelhagem mais potente, o grupo mais fiel e o melhor DJ. Neste meio surge o DJ Malboro, a lenda dentro desta disputa.
Com o tempo, o funk ganha grande apelo popular e se afirmam como a voz da periferia no tocante às reivindicações populares pelo combate da violência policial nas comunidades pobres dos morros cariocas. As músicas tratavam o cotidiano dos freqüentadores: abordavam a violência e a pobreza das favelas.

Parte 2

Nunca tinha parado pra pensar nessa questão da inserção de cada um no complexo cultural contemporâneo. E agora com esse trabalho a ser feito, acabei descobrindo, ou melhor, percebendo as coisas que eu faço no meu cotidiano e quem vem de tempos atrás, pais e avós.
Meus avós paternos são Portugueses, mas há 60 anos moram no Brasil, mais especificamente no Rio de Janeiro, uma parte da cultura Portuguesa que meus avós passaram pra nós e que nós fazemos ate hoje, é o famoso bolinho de bacalhau, receita tradicionalíssima e imbatível da vovó Glória, uma tacinha de vinho tinto suave durante o jantar é outra coisa que meus avós passaram pra nós.
Como ela mora no Rio e eu a visto com frequencia, acabo me misturando um pouco à cultura carioca. Culinária, como peixes, chuchu com camarão que é uma especialidade da vovó Glória também, o sotaque, eu nao puxo o "R" mineiro, a cultura carioca influencia ate mesmo no meu modo de vestir.
Ja a minha avó materna que mora aqui em Uberlândia me ensinou coisas que eu faço até hoje, como passar babosa no cabelo para hidrata-lo, e o imbativel boldo; pra minha avó o boldo serve pra tudo, e pra mim sempre que estou com aquela dor no estomago ou com aquela ressaca insuportavel, o boldo é pá pum gente, podem acreditar.
Bom, vivo num meio teatral e acadêmico, o que me traz coisas riquissima tanto artísticas como convivências e aprendizados em geral.
O meu estilo é meio BG (bixo grilo), sou apaixonada por bijouterias, roupas, bolas e calçados indígenas, hippies e indianos. Não sei bem de onde veio esse meu interesse, só sei que gosto.
Outra coisa que faz parte do meu dia-a-dia são os fast-foods, lanches rápidos, deliverys etc. Hoje em dia é tudo tão prático e rápido que nao consigo me imaginar sem essa comodidade.
Não conseguiria viver também sem a velocidade e praticidade da internet, tv, revistas, como é bom chegar cansada em casa e assistir uma novelinha ou um filme. E o que dizer da internet? sentiu saudades de alguem que mora longe? MSN, instantaneo, maravilhoso.
É muito bom pensar sobre esse assunto, carrego comigo culturas tradicionais e também as contemporâneas, isso é bom demais.

quarta-feira, 23 de janeiro de 2008

Trabalho Individual Escrito

O Carnaval no Brasil, da sua introdução em nossa cultura aos dias de hoje.

Parte I


Carnaval é muito mais antigo do que a religião de Cristo e remonta às maiores festas orgíacas da humanidade, como as saturnais romanas, e reverencias a Dionísio.
Comer e beber, participar de alegres celebrações e buscar imoderadamente os prazeres da carne são as características que parecem ter marcado o Carnaval da Antiguidade, que se prolongava por sete dias nas ruas, praças e casas de Roma.
Ao mesmo tempo em que o Carnaval cultiva o costume de antigas festas romanas, depois de Cristo, passou também a lembrar a chegada da Quaresma Cristã. É uma festa universal dos paises católicos.
Os dias exatos do início e fim da estação carnavalesca variam de acordo com as tradições nacionais e locais, e têm-se alterado no tempo. O Carnaval acontece nos dias que antecedem o início da dos jejuns da Quaresma e terminando na Quarta-feira de Cinzas, isto é, a hora em que começava a abstinência da carne durante os quarenta dias nos quais, no passado, os católicos eram proibidos pela igreja de comer carne. Mas ainda hoje muitos continuam com esse costume.
No Brasil o Carnaval é festejado nos quatro dias anteriores às Cinzas — sábado, domingo, segunda e terça-feira gorda.
O Carnaval Veneziano sempre foi famoso desde o século XI, quando tinha a duração de seis meses e o uso das máscaras se tornou muito conveniente em função do anonimato que ela concedia. As máscaras eram um confortável hábito para os nobres. As mulheres entregavam-se aos prazeres do sexo sem se identificarem e os poderosos matavam seus rivais impunemente. No anonimato, as damas acusadas de adultério, caso o homem com quem estivessem ido para cama estivesse usando máscara, eram absorvidas, afinal, ele podia ser seu próprio marido.
Em 1723 o Carnaval foi introduzido pelos portugueses com a migração vinda das ilhas da Madeira, Açores e Cabo Verde. Chamado inicialmente de "Entrudo", um tipo de brincadeira.
Havia o Entrudo Familiar que acontecia nas casas senhoriais dos centros urbano. Era caracterizado pelo caráter delicado e convivial e pela presença dos limões de cheiros que os jovens lançavam entre si com o intuito de estabelecer laços sociais mais intensos entre as famílias. E o Entrudo Popular que era a brincadeira violenta e grosseira que ocorria nas ruas das cidades. Seus principais atores eram os escravos e a população das ruas, e sua principal característica era o lançamento mútuo de todo tipo de líquidos ou pós que estivessem disponíveis. A partir dos anos 1830, numa tentativa de se acabar com a festa grosseira do Entrudo Popular, o mesmo foi proibido, visto como um jogo selvagem.
Em 1840, iniciou-se para a aristocracia os elegantes bailes de Carnaval. Uma espécie de baile mascarado, inspirado no Carnaval veneziano, elegantemente oposto ao violente Entrudo.
Os elegantes bailes eram uma atividade restrita das elites. A burguesia saia às ruas para um Carnaval de luxo, inspirado nos carnavais europeus.
No século XIX, a partir de 1850, o Entrudo e o Carnaval Veneziano disputam a hegemonia pelos modos de festejar o carnaval. Trajeto, aliás, que acompanha as transformações sociais e as atividades festivas e recreativas do mesmo período.
Temos de um lado o carnaval veneziano, mais requintado, cópia dos carnavais europeus, em que membros das camadas mais elevadas da população desfilavam, ricamente fantasiados, diante do povo, que apenas assistia, mas não participava.
Mas, o povo não aceitou ficar apenas como expectador e tentou criar novos modelos valendo-se dos folguedos, festas de fundo religioso vivenciados nas procissões, para então participar efetivamente da festa. Assim nasce o carnaval popular, caracterizado por manifestações típicas brasileiras de acordo com cada região. Nasce a afirmação da cultura popular, de sua criatividade driblando os preconceitos socioeconômicos que aconteciam nos primórdios do carnaval brasileiro.
Já o carnaval dos negros tomava como modelo um grupo que saía nas procissões coloniais fazendo a "Dança dos Caiapós". Eram negros vestidos de índios dançando como uma forma de denunciar e protestar contra a dominação branca. Na dança, os negros contavam a história do pequeno curumim que aprisionado e morto pelo invasor branco recebe ajuda do pajé e volta a viver simbolizando a vitória do oprimido que se vale da sua própria cultura para vencer a opressão do homem branco.
Isso acontece como uma resistência inteligente, em que eles se valem daqueles que estão abaixo deles na escala social para fazer uma denúncia e assim não sofrer repressão. É uma denúncia feita de maneira artística.
Quando a participação dos negros nas procissões foi proibida pela igreja, eles transportaram a dança diretamente para o carnaval, que acabou se afirmando como o carnaval principal.
Para os negros o carnaval não era só divertimento, mas um espaço de resistência numa sociedade branca e discriminadora. É o lugar aonde eles se afirmavam como um grupo organizado, capaz de criar culturalmente.
Hoje pode-se constatar nessa manifestação criada pela camada popular e negra, elementos típicos e culturais diferenciados dos padrões europeus. Vê-se não apenas os aspectos lúdicos e de lazer, mas uma forma de intervenção festiva e artística não formal para conscientizar os negros e também para construir novas concepções de carnaval, de tradição e de identidade negra. Dessa forma tem um significado social mais amplo.
O Carnaval ganha força e formas mais originais, tornando-se uma grande festa popular onde se visualiza a permeabilidade entre as classes sociais.
A consagração da cultura popular brasileira ocorreu mesmo através das Escolas de Samba.
Porém, atualmente podemos ainda perceber a pluralidade social aparecendo de forma hierarquizada por meio dos postos que se ocupa no desfile das grandes escolas. No chão estão as classes populares e em cima dos carros alegóricos, estão os artistas ou pessoas da elite.
As formas de brincar o carnaval são muito variadas, mas todas elas tem uma inesgotável capacidade de mobilização popular.
Cantam e dançam para espantar suas dores, saudades, tristezas e para clamar por dias melhores recheados de doces esperanças.
O Carnaval, além de ser uma manifestação da arte e da cultura popular, é um rendável negócio. Uma mercadoria chamada carnaval é comercializada, tanto por parte do poder público, que promove pacotes turísticos, com excursões e desfiles de carnaval inclusos, como também das escolas de samba, que começaram a se organizar empresarialmente.
Com as recentes reformulações da lei de incentivo à cultura, quase todas as escolas de samba tornaram-se capazes de captar patrocínio por meio de isenção fiscal.
Hoje o Carnaval não é mais do povo, mas idealizado para o povo, que durante o feriado de carnaval dança, canta e esquece dos problemas. “Circo e pão” é o que a nossa República oferece ao povo brasileiro.

“....A felicidade do pobre parece
A grande ilusão do carnaval
A gente trabalha o ano inteiro
Por um momento de sonho
Pra fazer a fantasia
De rei ou de pirata ou jardineira
Pra tudo se acabar na quarta feira...”


A felicidade
Composição: Antônio Carlos Jobim e Vinicius de Moraes

Análise de minha inserção no tecido cultural contemporâneo.

Parte II


A influência de costumes e tradições estão inseridas na nossa identidade, no nosso individualismo, mesmo que inconscientemente.
A característica da pós-modernidade é o rompimento do homem moderno com os seus laços de cultura e tradição, sem referências do seu passado e em busca da construção do seu futuro.
Porém, eu, como sujeito pós-moderno, apesar de ser influenciada pela indústria cultural, ao repensar meu cotidiano, minha origem, percebo que carrego na minha identidade pessoal traços de tradições e costumes que marcam minha personalidade, minha história como ser individual e social.
De certa forma fomos moldados por nossos pais que assimilaram os costumes e tradições de nossos avôs e esses de nossos tataravôs....
Assim é a história da humanidade, encontramos referências nos vestígios da cultura material e oral deixada por nossos antepassados. Refletindo sobre a condição humana através da identificação com seus próprios mitos.
A construção da identidade humana é encontrada dentro de um universo, que, guardadas as proporções, pode nos parecer menor em função, é claro, das diferentes formas de acesso às informações que se tinha entre dois ou três mil anos atrás e os dias de hoje. Podemos somar a crença na existência de mitos universais independentes de espaço e tempo. Isto seria o que de fato nos une como espécie independente das diferenças raciais, culturais ou ideológicas.
O que tenho em minha identidade cultural, que vejo como marcante é a religião. Elementos que obtive ao acompanhar meus pais as missas, no meu preparo para a primeira comunhão, no meu preparo para crisma. Tradições existentes na minha família, adquiridos pela religião católica, na qual fomos inseridos socialmente. Somos todos batizados por nossos pais ainda pequenos, e conduzidos a seguir costumes e ideologias desta religião, ao ponto de que ela passa a fazer parte do nosso dia-a-dia, da nossa identidade sem que percebamos.
Na minha família temos uma tradição festiva, a Folia de Reis Rural, uma comemoração do culto católico. Essa tradição foi inserida na minha família por nossos antepassados vindos da migração portuguesa, para o Brasil ainda nos primórdios da formação da identidade cultural brasileira, e que ainda hoje mantém-se viva nas manifestações folclóricas de muitas regiões do país.
É uma tradição que sempre me traz lembranças da infância. Os toques dos tambores, a canção religiosa, os anfitriões das fazendas que recebiam não só a bandeira dos reis magos, mas muitas pessoas também. São todas boas lembranças.
Lembro me da fartura de comida e doces oferecidas aos fieis e foliões, um dia inteiro de festa. Haviam palhaços com mascaras coloridas e cheios de fita, dos quais eu tinha medo quando criança, mas que aos poucos fui compreendendo todo o contexto.
Haviam arcos enfeitados por ramos, flores e fitas coloridas por onde a bandeira era conduzida por três foliões. Entre eles o anfitrião, ou o casal de anfitriões, representando os reis magos que acolhiam a bandeira como que se recebessem o próprio menino Jesus. Eles eram cercado por uma fita vermelha, onde em cada uma das quatro pontas uma menina dava suporte para a condução da bandeira. Inclusive em uma das muitas comemorações em que participei, ajudei dessa maneira na condução da bandeira até ao altar montado dentro da casa do anfitrião.
Tudo isso é uma tradição folclórica, da qual, só hoje fazendo uma reflexão da minha própria inserção no tecido cultural contemporâneo, tenho consciência de que a tenho como parte de minha identidade cultural. Na verdade há varias. Há as festividades de fim de ano, de Natal, a montagem da árvore de Natal, o Carnaval, o culto aos antepassados mortos durante o Dia de Finados. Costumes que então inseridos no meu cotidiano, mesmo que eu não os percebesse dessa maneira antes.Na verdade fazemos parte de um grande tecido cultural, que subjugamos como passado, mas que está sempre presente, contemporâneo.

domingo, 20 de janeiro de 2008

Relatório de Pesquisa de Campo.

Entrevista com uma familia de carroceiros.
Muitos que ganham a vida como carroceiros são criticados por atrapalhar o transito e maltratar animais.
Alguns acham absurdo em pleno séc. XXI, com toda modernidade existente no mundo, todas as facilidades, ostentarmos um atraso como carroceiros, carroças e cavalos.
Mas ao entrevistar a família do Sr. Lázaro podemos olhar essa história de um ângulo bem diferente.
O Sr. Lázaro tem 75 anos e é casado há 51 anos. Vive em um lugar simples, sem luxo. Não sabe ler e nem escrever muito bem. Sua profissão: carroceiro.
Ele disse que herdou esse trabalho e essa cultura dos avós, e desde que se entende por gente lida com a carroça e com os cavalos. Seus filhos também até certa idade o ajudavam nessa profissão, porém eles preferiram seguir outros caminhos. Hoje apenas um o ajuda fazendo frete.
Além de 3 filhos que moram com ele dos 7 que ele teve, vivem com ele a esposa, uma neta e três bisnetos. E a coleta de papel ajuda e muito no sustento da família.
Antes mesmo de o sol nascer ele já está pronto para começar mais um dia de trabalho. Ele possui duas carroças, e dois cavalos, que segundo ele são bem tratados.
Segundo o Sr. Lázaro, ele possuí um registro na prefeitura de suas carroças.
Sua grande preocupação é em sustentar a família de uma maneira digna e honesta.
O Sr. Lázaro fazia fretes para lojas de matérias de construções, mudanças e coleta de entulhos também. Mas hoje, já com a idade mais avançada, dedicasse somente na coleta de papeis e materiais recicláveis.
Seus cavalos bebem água a cada 4 horas e os alojam em um terreno vizinho ao seu, onde cresce a grama (pasto) que ajuda na alimentação dos cavalos. Também compra ração para os cavalos, um luxo, que segundo o Sr. Lázaro é difícil de manter. Afinal não é muito o que ganha com a coleta de papel. Ainda escovar o cavalo sempre antes e depois do trabalho, pois isso evita acúmulo de sujeira e que em contato com os arreios provocam ferimentos. Esses são os cuidados que ele procura sempre ter com seu cavalo.
O transito é uns dos problemas que o Sr. Lázaro enfrenta, e todo carroceiro também, que como sempre, recebem reclamações dos motoristas.
Sr. Lázaro diz: “Quando tava verde a gente podia atravessar o nosso lado e se não tava verde temo que esperar pra cá da faixa branca, mas tem motorista que vai lá em frente pra lá da faixa branca que impede nois de virar pra frente, se a gente não se cuidar capais de bater, mas ainda bem que nossos cavalo são bão de redia como diz o ditado, vê que vem uma coisa, vê que não dá pra entrar, ai ainda segura, daí ele não vai pra frente”.
É muito perigoso, tem motorista que até...sei lá....se fazem por gosto, ou bêbado, maconhado, não sei, sei lá, não respeitam, as vezes o cara vai passando ali, tem um, é a minha vez de passar ... zzzoooooommm .... passa o carro, o cara mata um hora dessas”.
A coleta de papel ajuda a família do Sr. Lázaro em aproximadamente R$ 200,00 por mês, e agradece por ter sua aposentadoria.
Mas para uma família numerosa como a que abriga uma das alternativas e acreditar em todos os santos possíveis. Dona Iolanda, 68 anos, esposa do Sr. Lázaro é católica e mantêm um altar dentro de casa, com vários santos. Entre eles, pude identificar Santa Clara, São Benedito, São Jorge, Nossa Senhora de Aparecida e Santo Expedito. “ Desse ano pra cá, Deus há de ajudar, as coisa vai melhorar”, diz Dona Iolanda com fé.
O vô não pode comprar, o vô não pode , não tem dinheiro, vocês tem que me perdoar essa vez viu, agora pro ano que vem o vô pode comprar, e assim agente vai levando eles, e aquele dinheirinho daquele papel ali , quando já pego, já ta devendo”. Desabafa o carroceiro Sr. Lázaro.
Quando não é o sol quente e os problemas do dia a dia , o Sr. Lázaro se preocupa com a chuva. “Quando ela vem fica impossível catar papel na cidade”, reclama ele.
Quanto mais a chuva permanece menos papel aparece, mesmo debaixo de muita chuva, o Sr. Lázaro se arrisca e sai para catar papel, ficando mais perigoso o trafego pelas ruas. Mas mesmo debaixo de muita chuva conseguem coletar alguma coisa.
O Sr. Lázaro reclama também que antes a coleta de papel lhe rendia mais lucros, mas hoje as empresas que antes doavam todo o papel, agora estão vendendo o material diretamente para o atravessador. “Eu não sei o que aconteceu com o papel, tinha fabrica que eu tirava 3 mil kilos de papel por mês...”
Mesmo vivendo a cada centavo recolhido, esse carroceiro continua mantendo a esperança de que um dia as coisas possam melhorar. Quando o interroguei sobre um sonho, a resposta foi, “arrumar minha casinha, deixar bem arrumadinha pra quando eu falecer deixar pros filhos, o dia que der , quando eu puder, eu quero fazer isso pra minha família”.
TABELA GENEALÓGICA

Graziela Silva de Santana
(EU)
Local de nasc.: Brasília-DF/ data de nasc.: 25/09/1981


Osvane Eva Silva de Santana
(MÃE)
Local de nasc.: Pirajuba -MG/ data de nasc.: 04/12/1956


Valdevino Honório de Santana
(PAI)
Local de nasci.: Inhumas -GO/ data de nasc.: 29/12/1948


Justificativas de ausência de dados


A falta de informações sobre minha família paterna deve-se ao fato de que meu avô Francisco ao morrer, quando meu pai tinha 8 anos, minha avó Maria Joaquina, que ficou viúva ainda grávida de seu 4º filho), obrigada por minha bisavó América, que também foi viúva muito cedo), casou –se novamente, por que uma mulher não poderia criar os filhos sozinha. Com isso, meu pai e também minha avó, perderam total contato com a família de meu avô paterno. Meu pai nem mesmo sabe onde meu avô foi sepultado. Mas segundo meu pai, meu avô paterno tinha descendência de negros.


Familia Paterna


Valdevino Honório de Santana (pai)
(PAI)Local de nasci.: Inhumas -GO/ data de nasc.: 29/12/48



Francisco Honório da Silva
(Avô)
Local de nasci.:Goiás/ data de nasc.: 1926
Casado com
Maria Joaquina Silva de Santana
(Avó)
Lagoa Formosa-MG / nasc.: 27/08/1930
Pais de Valdevino Hónorio de Santana


José Joaquim de Santana Sobrinho
(Bisavô)
Lagoa Formosa - MG/ nasc.: Desconhecido
casado com
América Pereira de Sousa
(Bisavó)
Lagoa Formosa - MG/ nasc.: Desconhecido
Pais de Maria Joaquinha Silva de Santana

Joaquim de Santana
(Tataravô)
MG
nasc.: Desconhecido
casado com
Maria de Santana
(Tataravó)
MG/ nasc.: Desconhecido
Pais de Amériaca Pereira de Sousa

João de Souza
(Tataravô)
Portugal/nasc.: Desconhecido
casado com
Leonor Amorim
(Tataravó)
Portugal/ nasc.: Desconhecido
Pais de Maria Santana


Francisco Honório da Silva (Avô paternto) era filho de
Maria Germana Honório
(Bisavó)
Local de nasci.: Brasil/ data de nasc.: Desconhecida
Genealógia da familia paterna de meu pai é desconhecida.



Familia Materna


Osvane Eva Silva de Santana (MÃE)
Local de nasc.: Pirajuba -MG/ data de nasc.: 04/12/1956


Francisco Antônio da Silva
(Avô)
Mun. de Pirajuba-MG/ data de nasc.: 19/10/1908
casado com sua prima de 1º grau
Gabriela Maria de Jesus
(Avó)
Mun. de Frutal-MG / data de nasc.: 15/10/1914
Pais de Osvane Eva Silva de Santana e outros 9 filhos mais velhos.
O casamento de Francisco Antônio da Silva com Gabriela Maria de Jesus foi seu segundo matrimônio. Ficou viúvo em seu primeiro casamento. Sua primeira mulher suicidou-se quando meu avô descobriu seu adultério. Não teve filhos no seu primeiro casamento.


Antônico Francisco da Silva
(Bisavô)
Mun. de Pirajuba-MG/ data de nasc.: Desconhecida
casado com
Ana Jacinta (vovó sinhana)
(Bisavó)
Mun. de Pirajuba-MG/ data de nasc.: desconhecida
Pais de Francisco Antônio da Silava e de outros 11 filhos mais novos


Francisco Antônio da Silva
(Tataravô)
Mun. de Pirajuba-MG/ data de nasc.: Desconhecida
casado com
Amália da Silva
(Tataravó)
Mun. de Pirajuba-MGdata de nasc.: Desconhecida
Pais de Antônio Francisco da silva

Antônio Francisco da Silva
(Tataravô)
Portugual/ data de nasc.: Desconhecida
casado com
Maria Rita
(Tataravó)
Portugual/ data de nasc.: Desconhecida
Pais de Francisco Antônio da Silva e de outros 8 filhos mais novos
Eram imigrantes de Portugal mas se casaram no Brasil.




José Francisco da Silva
(Bisavô)
Mun. de Pirajuba-MG/ data de nasc.: Desconhecida
casado com
Maria Gabriela da Silva
(Bisavó)
Mun. de Frutal-MG/ data de nasc.: Desconhecida
Pais de Gabriela Maria de Jesus
José Francisco da Silva além de Bisavô era também meu tio-bisavô, era irmão de Antônio Francisco da Silva, Filhos de Francisco Antônio da Silva e Amalia da Silva (meus tataravôs).

Jerônimo Antônio da Silva
(Tataravô)
Mun. de Frutal-MG/ data de nasc.: Desconhecida
casado com
Gabriela Maria da Silva
(Tataravó)
Mun. de Frutal-MG/data de nasc.: Desconhecida
Pais de Maria Gabriela da Silva

Albino José da Silva
(Tataravô)
Local nasc.: Desconhecido /data de nasc.: Desconhecida
casado com
uma India (Bulgra) de nome desconhecido
(Tataravó)
Local nasc.: Brasil /data de nasc.: Desconhecida
OBSERVAÇÕES – CURIOSIDADES

Na minha família materna era costume primos de 1º grau casarem-se entre si, para que as terras que se possuía continuasse na família.
Também era costume colocar o nome nos filhos e filhas (os primogênitos) iguais aos dos pais e mães, trocando-se apenas a ordem do primeiro nome (geralmente composto).
Há uma história contada, que na minha opinião é lenda, de que minha tataravó, que era índia, foi “pega no laço”, mas certamente que foi de vontade própria! E que a mesma, quando ainda amamentava seu primeiro filho, durante a noite enquanto dormia uma cobra que segundo a estória, provavelmente morava na casa, escondida em alguma “cabaça”, ou não sei o quê, se alimentava também do leite materno de minha tataravó. Então uma noite, meu tataravô Albino viu isso acontecendo, esperou a cobra se esconder novamente e então a matou. Ainda contam que a cobra estava cheia de leite. E que enquanto a cobra se amamentava em minha tataravó, a cobra tão esperta (“esperta” é acréscimo meu na estória), para q a criança não chorasse sem o leite da mãe durante a noite, ela (a cobra) colocava o chocalho na boca da criança (como que um bico). E como a casa era feita de pau-a-pique, isso explicava a cobra ter entrado dentro da casa. Minha mãe e tias juram q é verdade.
Minha mãe ainda conta me muitas lendas, as mesmas que ouvia na sua infância, contadas por minha avò, e que provavelmente essa também ouviu de sua mãe, e nas quais provavelmente elas acreditavam. Eram lendas como as de homens q viravam lobisomem, mulas sem cabeça, mulher de branco, e por ai vai!
Há o costume de realizar entre as fazendas da família a Folia de Reis. Hoje, porém com menos freqüência. Um costume que ainda temos é o de nos reunirmos todos os anos durante a semana santa para fazermos doce de leite e queijo na fazenda do irmão mais velho de minha mãe.
A família era conhecida como Sinhana. Meu avô Francisco Antônio da Silva foi vereador por vários anos na cidade de Pirajuba, onde hoje deram seu nome a uma de suas ruas. Ele era conhecido como Fracisquinho Sinhana, no entanto, um de seus filhos insistiu que o nome dado á rua da cidade fosse Chiquinho Sinhana.